segunda-feira, 14 de março de 2011

Venerata em São Paulo/SP (13/03/11)

























Este é o primeiro review que faço de um show, e o primeiro review de um show da Venerata – o que é mais importante e complicado para mim. Complicado porque eu faço parte da banda, então eu poderia (e posso) esplandecer o lado caótico de forma que eu forjasse uma mentira para que vocês entendessem de uma forma diferente e verossímil.

OK! Vou parar de escrever “bonito” e usar palavras mais comuns, mas é que eu estou acostumado a escrever assim, então, me perdoem. Se não souberem de alguma palavra é só consultar o dicionário (aee, Venerata também é cultura!).

>> Esperávamos este dia chegar a muito tempo. Participamos da Coletânea “Panorama 2011” do site Zona Punk e estávamos escalados para tocar em São Paulo/SP no mês de fevereiro, mas alguns extravios de e-mails nos impossibilitaram de fazer um sonho se realizar. Adiado para o dia 13 de março, a ansiedade continuou a nos assolar, pois todas as tentativas de tocar na terceira maior cidade do mundo foram em vão: desta vez iria acontecer realmente!

E antes que eu comente sobre o show, devo agradecer profundamente aos nossos amigos que sempre estão com a gente, onde quer que seja, e nos acompanham nos shows, sejam eles na puta que o pariu, mas eles estão sempre lá, firmes e fortes! Muito obrigado a vocês. E ao mesmo tempo, ainda que eu entenda a dificuldade dos outros amigos que não perdem a oportunidade que têm em nos ver tocando ao vivo, eu devo ressaltar o seguinte: não é um sermão, nem uma reclamação, é apenas um apelo que fazemos – se derem nome para a van, faça disso um compromisso ou um pacto e cumpra o prometido. Eu sei que para alguns o problema é mais embaixo devido à falta de dinheiro e tal, mas a gente depende muito da sua compreensão e, principalmente, da sua ida aos shows. Entendemos que, se não podem ir, tudo bem, não convém a nós julgar como ou com o quê vocês gastam o dinheiro de vocês ou, muito menos, como vão conseguir o dinheiro para pagar a van. O que quero dizer, na real, é que: se deram os nomes, se deram certeza, pediram, imploraram para que um lugarzinho na van fosse reservado, então faça valer o que tanto almejou e cumpra seu “dever”. Mais uma vez digo: é claro que você não é obrigado a ir com a gente, mas se deu o nome, é uma questão de honra! ;D

Temos orgulho de fretar uma van e levar nossos amigos para os shows, até porque, são eles que fazem tudo acontecer, são eles que agitam na roda, são eles que cantam nossas músicas, são eles que dão presença às nossas apresentações e sem nossos amigos, não estaríamos aonde estamos. Vocês são uma parte fundamental da banda e o que pudermos fazer para nos manter unidos, faremos com prazer. Sempre que um precisa do outro, todos estão dispostos a ajudar e isso pra mim é uma irmandade que respeito muito! Agora, pra banda em geral e pra quem teve a responsa de dar o nome pra van e comparecer na mesma ter que pagar mais caro por conta de alguém que não honrou com a palavra e desistiu de viajar na última hora é uma situação difícil, mas que ainda assim, nos esforçamos para deixar tudo certo e não dever ninguém, pois o show e a vida têm que continuar...

Deixando de lado esta adversidade, como de praxe, a viagem foi repleta de zoação e muitos clipes rolando na TV do veículo. Mais ou menos 2 horas depois e estávamos perdidos no centro de São Paulo, ainda que o GPS indicasse o caminho.

Depois de andar em círculos, encontramos o clube Sattva e nossos amigos Daniel Suíno, Higor (ambos da banda Doctor Frits que tocará no [MOSH] 4 em Cambuí/MG dia 20/03) e suas respectivas namoradas. Trocamos algumas idéias e partimos para o show.

Eu estava despreocupado e acostumado com o fato de termos que tocar para uma dezena de pessoas, afinal de contas, ninguém (exceto nossos amigos e alguns outros simpatizantes) se interessa em presenciar um evento em que mais do mesmo seria apresentado. O público quer algo diferente, mas nem por isso se preocupam em assistir apresentações de bandas que podem mostrar algum diferencial. A maioria das pessoas estavam do lado de fora da casa e outras tantas só chegariam com a vinda de suas bandas favoritas ou com as bandas de seus amigos (daí a importância de ter amigos).

Fizemos um show quase completo, não fosse a ausência da música “Uma Canção Para Nós Dois” no repertório, o que não tirou nossa vontade de fazer o melhor show de nossas vidas. Nossos amigos, como sempre, agitaram demais no pequeno espaço reservado ao público, mas menor ainda era o palco: um cubículo que mal cabia a banda inteira (não que isto fosse um empecilho, muito pelo contrário). Fizemos um show enérgico, variando as músicas mais calmas com as nossas mais pesadas e enfrentando alguns probleminhas técnicos que, também, são outro costume (este, indesejável...).

O Evandro se esforçou pra fazer o som ficar perfeito e, ainda que tudo não parecesse mil maravilhas, fomos elogiados e ovacionados por quem presenciou nossa energia. E é isso que queremos passar a todos, pois não importa se estivermos tocando para meia dúzia de pessoas ou para milhares, nossa intensidade será a mesma em ambas as ocasiões.

Após muitos “Hey, qui xará, cu nói num tem nhé nhé nhé não”, encerramos a tarde com a pancada “Desafiando Gigantes”, que contrasta perfeitamente a nossa força de vontade em alcançar nossos objetivos. Para isso, enfrentaremos gigantes... E esse foi apenas um mero Golias que não tememos derrubar. Tantos outros virão e teremos a mesma ansiedade e garra para derrotá-los!

No final desta missão concluímos que devemos arrumar nossas malas e invadir a metrópole para nos infiltrarmos de vez nesse mundo complicado e pretensioso que é o rock nacional. Daqui pra frente vamos mergulhar de cabeça nesta piscina de pedras e, com fé, fazer nossos sonhos se realizarem.

>>O show em si:

Foi ótimo. Ponto final. Eu não poderia descrever a sensação de tocar pela primeira vez na capital do Estado de São Paulo de outra maneira. Porém, dentro deste adjetivo (ótimo), existem muitos outros temas desagradáveis que englobam a vida de muitas bandas, e conosco não é diferente...

Por que seria?

Ora, somos uma banda de rock no Brasil. Simplesmente por este fato já somos dignos de passar perrengues, pois fazemos música que brasileiro comumente não está acostumado a ouvir.

Partindo deste princípio, existe um anseio em crescer, musicalmente falando. Todo mundo que tem uma banda quer ser – de certa forma – famoso, quer ter sua música vinculada em toda a mídia, quer “dominar o mundo”, etc. e tal... Mas ninguém quer passar pelo funil da vitória. Este tal funil não é convencional, é invertido. O oposto do tradicional. Fazer a banda crescer, é como empurrar uma bola de neve morro abaixo e, conforme ela caminha, ainda que aceleradamente, ela cresce e cresce e apenas termina sua trajetória quando interrompida por algo. Isto é natural na vida, pois tudo o que tem um começo tem um final.

O que convém, no entanto, é que muita gente não dá valor ao nosso trabalho. Tem aqueles que acreditam no nosso potencial, acreditam que faremos parte da seleta camada de “bandas de renome” brasileiras, mas existem aqueles que se aproveitam do momento “catapulta” da banda para se infiltrar no meio e adquirir sua oportunidade às nossas custas.

Não que isto efetivamente aconteça com a Venerata, estou dando uma visão geral do que eu presencio e sinto sobre toda essa transição entre underground e mainstream, mas a verdade é tão cruel quanto podemos imaginar. E olha que nem precisamos chegar muito longe pra perceber as panelinhas que rolam na cena ou então, a total burocracia por parte das bandas que têm mais dinheiro que as outras.

Fazer a banda dar certo, independente de ter dinheiro ou não, é preciso que a banda ultrapasse barreiras e transite entre algumas etapas que podem ser um martírio pra quem não está acostumado a todo o processo de marketing que envolve o ramo. Sim, o marketing é essencial no processo de desenvolvimento numa banda, pois por mais foda que seja ela, por mais que os integrantes tsejam experts em seus instrumentos, sem visual e toda uma produção, nada disso dará certo. Hoje em dia, as pessoas estão mais interessadas em visual do que na música propriamente dita da banda! É tão evidente que cega muitas pessoas... O visual é, aproximadamente, 70% tão importante quanto a sonoridade, e é o que podemos ver cada vez que nos aprofundamos no assunto.

Ou seja: você pode fazer um som bem louco, diferente, original e que tá fazendo a cabeça da galera, mas se você não se vestir de acordo com o gosto popular ou não arrumar seu cabelo, ninguém vai querer te ouvir. É fato!


RICARDO MICHILIZZI

7 comentários:

Julian disse...

esse moleque manda bem não só na musica com nas postagens...

Unknown disse...

Parabens pelas palavras!! mta sorte pra vc e pra banda!

abraços, Igor Chumski (@akiraoficial)

Unknown disse...

Adorei as palavras,é a pura realidade! 'Força pra lutar,fé para vencer. ' Sucesso Venerata !! Beijos Larinha Gregoratto :D

Unknown disse...

Falou tudo D: OWNED agora, todo mundo ! Parabéns cara, voce mandou bem (: e nem acreditei que li tudo hahah'

Unknown disse...

Parabéns, falou bonito agora. haha' Sucesso vocês merecem (:

Juliana disse...

Parabéns pelo post. Você ressaltou muitas coisas importantes e fundamentais para uma banda... Muita sorte pra vocês, vocês merecem (;

Viviane disse...

É isso ai! Vcs vão vencer, basta continuar acreditando. Vcs vão brilhar muito ainda.Sucesso!!!!!!!!!